Ex-ministro Luiz Gushiken morre aos 63 anos
O ex-ministro Luiz Gushiken morreu
no início da noite desta sexta-feira (13), aos 63 anos, no Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado em estado grave por
causa de um câncer.
De acordo com nota divulgada pelo Cemitério do Redentor, o corpo do
ex-ministro será sepultado às 16h de sábado (14). O velório será no
mesmo local, no Sumaré, zona oeste de São Paulo.
Gushiken nasceu no município de Osvaldo Cruz (SP) em 8 de maio de
1950. Em 1970, tornou-se escriturário do Banco do Estado de São Paulo
(Banespa). Começou a militar na tendência Liberdade e Luta (Libelu),
braço estudantil da OSI (Organização Socialista Internacionalista), de
orientação trotskista.
Em 1978 tornou-se representante dos bancários no Banespa e, a partir
de 1979, passou a ocupar cargos na diretoria do Sindicato dos Bancários
de São Paulo. No final do ano, formou-se em administração de empresas
pela Fundação Getúlio Vargas.
Em 1982 tornou-se secretário-geral do sindicato e, em 1985,
presidente da categoria. Nesse mesmo ano, liderou uma greve nacional de
três dias que paralisou 700 mil bancários.
Em 1980, participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) e,
em 1983, da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em 1986 foi eleito
membro do Diretório Nacional do PT e, em novembro, foi eleito deputado
federal pelo PT de São Paulo.
No final de 1986, deixou a presidência do Sindicato dos Bancários e,
no ano seguinte, assumiu uma cadeira de deputado no Congresso
Constituinte, que promulgou a Constituição de 1988.
Em 1989 tornou-se presidente nacional do PT e coordenou a campanha de
Lula à Presidência, que terminou em segundo lugar no pleito. Deixou a
presidência do partido em 1991.
Em 1992, apoiou o impeachment do presidente Fernando Collor (PRN).
Reeleito deputado federal em 1994, em 1998 desistiu de disputar novo
mandato para coordenar outra campanha de Lula à Presidência. Depois,
montou uma empresa de consultoria para a área de previdência.
Em 2002, após a eleição de Lula, tornou-se coordenador-adjunto da
equipe de transição e foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação
de Governo.
Em 2005, foi acusado pelo ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato de ter influído nas decisões de investimentos de cinco fundos
de pensão ligados a estatais, que contrataram a Globalprev Consultores
Associados, que pertencia a dois ex-sócios de Gushiken. Gushiken negou
as acusações.
Deixou a Secretaria de Comunicação e perdeu o status de ministro,
assumindo a função de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos. Em
novembro de 2006, pediu demissão do Núcleo de Assuntos Estratégicos da
Presidência afirmando que as acusações se transformaram em “prova de
culpa”.
“Os aspectos deletérios daquela crise [do mensalão] também não podem
ser esquecidos. Na voragem das denúncias abalou-se um dos pilares do
Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera
acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa”, afirmou o
petista na carta.
Afastou-se da política. Em 2008, com uma crise de angina, colocou um
stent no coração no hospital Sírio-Libanês. Em 2012, foi inocentado pelo
Supremo Tribunal Federal.